Hospital Estadual de Bauru avança com projetos de gestão participativa e impulsiona melhorias na assistência

O Hospital Estadual de Bauru (HEB) apresentou, no primeiro trimestre de 2025, um relatório sobre suas iniciativas de gestão participativa para o período 2023/2025, com a última reunião do grupo deste mandato. O documento destaca a implementação de diversos projetos nas áreas de treinamento, infraestrutura, comunicação e recursos humanos, com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento e a gestão interna do hospital. A gestão que se encerrou em fevereiro teve início em março de 2023. Foram dois anos de atuação contínua dos líderes de gestão. 

"Em março de 2025, demos início a uma nova fase com a eleição dos líderes de cada setor, seguida de uma nova coleta de SWOT para avaliar o progresso e definir os próximos passos", explica Ana Cristina Ferreira Martins, enfermeira da Educação Permanente do HEB.

Entre os principais avanços estão a realização de 48 análises SWOT, que identificaram forças, fraquezas, oportunidades e ameaças nas diferentes unidades do hospital. A partir dessas análises, 50 micro reuniões e 9 macro reuniões foram realizadas, envolvendo mais de 200 colaboradores, para discutir soluções para os desafios identificados.

"Dentre os projetos mais relevantes estão a revisão dos fluxos de comunicação, a criação de novos protocolos de segurança e atendimento e a valorização do profissional por meio de novos treinamentos e a inclusão de benefícios como o projeto de folga no aniversário", informa a diretora de RH, Rozeli Tamelini.

“A gestão participativa tem sido essencial para criarmos soluções práticas e eficazes, adaptadas à nossa realidade”, completa Ana Cristina. A instituição também destacou a importância das parcerias com instituições educacionais e a implementação de treinamentos periódicos para toda a equipe.

Desde que assumiu a Diretoria Executiva do HEB, em março de 2015, a médica Deborah Maciel Cavalcanti Rosa tem sido uma das principais incentivadoras da Gestão Participativa. Para ela, os resultados só são possíveis porque há envolvimento real e corresponsabilidade de todos os profissionais.

"Foi uma reunião histórica, porque todos os problemas levantados por esse grupo de trabalhadores gestores foram sanados. Fecharam o mandato sem nenhuma pendência", destaca a diretora executiva do HEB.

Além dos benefícios operacionais, o modelo de cogestão trouxe um ganho expressivo em humanização e pertencimento institucional. As equipes passaram a participar ativamente da definição de prioridades, o que fortaleceu vínculos, estimulou o protagonismo e consolidou uma cultura de melhoria contínua.

Um dos resultados mais significativos tem sido a redução de custos hospitalares sem prejuízo à qualidade da assistência, graças à identificação e correção de falhas que antes geravam retrabalho e desperdício, problemas comuns em instituições públicas e privadas.

Gestão Participativa: um desdobramento da Política Nacional de Humanização

A estratégia de gestão participativa adotada pelo Hospital Estadual de Bauru (HEB) é inspirada na Política Nacional de Humanização (PNH) do Sistema Único de Saúde, lançada em 2003. A PNH busca colocar em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde, promovendo mudanças nos modos de cuidar e de gerir. Entre suas diretrizes, destaca-se a cogestão, que propõe a construção coletiva de processos de trabalho, fortalecendo a corresponsabilidade entre gestores, trabalhadores e usuários.

Próximos passos: integrar os usuários ao processo

Com base em todas essas conquistas, o próximo passo já está traçado: incluir os usuários do sistema de saúde nas próximas etapas do Programa de Gestão Participativa. A proposta é ampliar os espaços de escuta e decisão, incorporando a perspectiva dos pacientes e familiares no planejamento institucional, investindo em gestão humanizada, eficiente e construída por todos.