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Médico cirurgião plástico faz alerta sobre queimaduras em casa

- Cadastrada em: 02/04/2020, ACI-Famesp

Todos sabemos da importância do uso do álcool em gel como alternativa para higienização das mãos quando não for possível lavá-las com água e sabão, especialmente nesse momento de pandemia da covid-19. Mas não se pode esquecer que ele também é inflamável e o pior: suas chamas são transparentes.
O médico cirurgião plástico Eudes Nóbrega, que atua na Unidade de Tratamento de Queimaduras do Hospital Estadual de Bauru - referência no atendimento de queimaduras para pacientes dos 645 municípios do Estado de São Paulo, faz esse alerta após receber, nesta semana, um caso em que o paciente passou o álcool em mãos e punhos e foi utilizar a churrasqueira. “Ele não viu as chamas e a queimadura se alastrou.  Como o álcool em gel leva mais tempo para evaporar da pele, é preciso tomar cuidado ao se aproximar de fontes de calor”, explica.  
O uso do produto deve ser feito com muita cautela, especialmente em ambientes como a cozinha, onde fica o fogão, e em áreas de lazer com churrasqueiras, pois é uma substância inflamável e demora a se dissipar das mãos em razão de sua consistência. Após a aplicação do álcool em gel, recomenda-se esperar secar completamente as mãos e aguardar um tempo de 15 a 20 minutos para que seja mais seguro fazer atividades que envolvam qualquer fonte de calor.
De acordo com o doutor Eudes, o álcool em gel proporciona uma queimadura que pode variar de 2º a 3º grau, dependendo do tempo de exposição. Mais comumente provoca queimaduras de 2º grau superficial até 2º grau profundo. É um tipo de queimadura que além de bolhas ou chamuscamento da pele, pode causar danos mais profundos. “Em alguns casos pode até precisar de enxertos”, alerta. Por isso, a necessidade do alerta para cuidados redobrados.