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Hospital Estadual de Bauru ganha classe hospitalar

- Cadastrada em: 12/09/2019, ACI-Famesp
Imagine a seguinte situação: seu filho é o líder da turma, aplicado e com uma vida escolar cheia de novidades, até que uma doença renal crônica afeta sua rotina e as longas horas de hemodiálise limitam sua frequência à escola. Esse é um exemplo de cenário que as secretarias de Educação e de Saúde do Estado de São Paulo visam modificar com a implantação da chamada classe hospitalar. O recurso está ligado à Educação Especial e é inédito em Bauru (SP). Na área de abrangência do Departamento Regional de Saúde de Bauru (DRS-VI), que integra 68 municípios, somente em Jaú, no Hospital Amaral Carvalho, existe a classe hospitalar. 

E, a partir de agora, o Hospital Estadual de Bauru (HEB), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) sob gestão da Famesp, passará a contar com a novidade. A classe hospitalar é destinada a pacientes com idade entre 7 e 17 anos internados por mais de 15 dias ou em tratamento ambulatorial contínuo, como hemodiálise e quimioterapia, por exemplo. O objetivo da classe hospitalar é oferecer acesso à educação básica e a continuidade de estudos a alunos que se encontram impedidos de frequentar a escola em razão de longos tratamentos de saúde.

“A classe hospitalar para Bauru é uma conquista. Afinal, é por meio dela que os alunos conseguem, em um período tão delicado de saúde, continuar seus estudos e ainda ter a interação com o professor. Dessa forma, o estudante pode persistir na realização do seu sonho”, reforçou a dirigente regional de ensino de Bauru, Gina Sanchez.

Primeiros passos
No dia 13 de junho, a professora Luciana Vasconcelos Bueno Costa, 47, que atua na área de Educação há 21 anos e tem especializações em Psicopedagogia e em Educação Especial, iniciou um mapeamento no Hospital Estadual para definir a dinâmica das aulas oferecidas a partir de agosto. As aulas podem ser ministradas dentro da classe, à beira do leito ou até na brinquedoteca ou quimioteca – espaços lúdicos utilizados pelos pacientes e acompanhantes. A definição depende do perfil e estado clínico do aluno. A professora faz esse diagnóstico sempre em conjunto com a coordenação da diretoria de ensino e com os educadores da escola de origem do aluno. 

“A participação da família nesse processo também é fundamental. Isso porque os pais precisam estar envolvidos e conscientes da importância dessa ferramenta educacional para a reinserção social da criança que passa muito tempo fora da escola regular”, destaca a professora Luciana.

A opinião é endossada pela médica oncologista pediátrica Claudia Teresa de Oliveira, que atua na Unidade de Oncologia do HEB: “A cura completa só acontece quando a criança está de volta à sua rotina, participando ativamente da vida social. E retomar os estudos, ainda no Hospital, é importante para manter esse vínculo com a rotina escolar e de vida em geral”. 

Para Liane Galbiatti de Souza Lima, coordenadora da Educação Especial da Diretoria de Ensino de Bauru, a classe hospitalar é muito importante por favorecer a definição e implementação de ações que promovam o atendimento educacional em ambiente hospitalar de forma eficiente e adequada às características e expectativas desses alunos. “Além de garantir o acesso à educação nessa condição especial, a professora que atua nesse campo tem como objetivo promover atividades apropriadas ao desenvolvimento das competências e habilidades necessárias à reinserção social desse aluno que está na condição de paciente”, finaliza.
 
Em todo o Estado de São Paulo há 63 classes de Educação Especial, incluindo nessa categoria, além dos alunos em situação de internação hospitalar ou tratamento ambulatorial contínuo, os chamados superdotados. A classe hospitalar do HEB será inaugurada oficialmente na próxima sexta-feira, 13, às 10h, com cerimônia para autoridades e convidados no auditório Sírius.   

A classe hospitalar do HEB conta com parceiros como Associação Bauruense de Combate ao Câncer (ABBC), Four C, Scaffold Educacion e Explica Mais.